segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Produzindo textos de gêneros de diferentes esferas

No módulo 3 deste curso nossa tarefa foi produzir um texto do gênero Crônica.  Neste gênero, o relato dos fatos se dá em ordem decrescente do que se supõe ser a informação mais importante para o leitor; o uso de linguagem coloquial e literária; narrativa em primeira ou terceira pessoa  e presença de palavras que denotam emoções, sentimentos.  A partir de uma sequência de eventos construimos nossos textos,  conforme segue:


A aposentada do interior               (por: Margarete)
Dona Valentina era uma senhora que desfrutava seus dias numa singela casinha situada numa cidadezinha do interior.
Todos os dias ela saía para fazer sua caminhada matinal na pracinha central, encontrava com as amigas e combinava um joguinho para depois do almoço. Enfim procurava preencher o dia com alguma atividade  porque já gozava da sua aposentadoria.
Naquela manhã, Dona Valentina despertou de um sono que normalmente não acontecia. Tivera um sonho horrível. Abriu os olhos e rapidamente procurou pelo relógio que estava na cabeceira. Percebeu que a hora avançava e que algo estava para acontecer, pois já dispunha de uma intuição.
Saiu da cama apressadamente, abriu a janela que dava para o quintal, foi ao banheiro para fazer sua higiene pessoal. A campainha da porta soou, coisa que dificilmente acontecia, então ela teve um disparo cardíaco. Saiu do banheiro às pressas com os cabelos ainda para pentear. Caminhou até a porta, destrancou a fechadura, tirou o ferrolho. Era cuidadosa com a segurança da casa até porque ela morava sozinha. Quando conseguiu abrir a porta, percebera que não havia nada, muito menos pessoas circulando por aquela rua. Subitamente ela baixou o olhar e viu ali um homem deitado no segundo degrau que alcançava a entrada na casa. Pôs as mãos no pulso daquele homem e percebeu que ali não havia mais vida.
Como era uma mulher muito religiosa, Dona Valentina traçou o sinal da cruz em si mesma e, no mesmo instante, despencou batendo com a cabeça no chão.
Até hoje, naquela cidadezinha, os moradores não sabem ao certo o que provocou tamanha tragédia e o inquérito policial ainda não foi dado por encerrado.


 Triste manhã                               (por: Maria de Lurdes)
Era uma manhã típica de inverno, a neblina tomava conta das ruas estreitas e movimentadas daquele bairro tranquilo e aconchegante, onde todos se conheciam.
Dona Ana abriu os olhos, consultou o relógio de cabeceira da cama e assustou-se ao ver que já havia passado do horário que costumava acordar todos os dias. Levantou-se, foi ao banheiro, fez a higiene pessoal e ao sair ouviu o toque da campainha.
Caminhou até a porta, destrancou a fechadura, abriu e viu um homem caído de bruços na soleira. "Meu Deus" gritou. Olhou e não havia mais ninguém, somente o corpo daquele homem e um galão de água rachado e vazando que o molhava todo. Abaixou-se e conseguiu ver seu rosto. Era o seu Manoel da mercearia, lembrou-se que no dia anterior tinha solicitado que lhe trouxesse um galão de água porque a sua havia acabado.
Tocou-o e sentiu que seu corpo estava frio, muito frio. Foi até o guarda-roupa, pegou um cobertor e colocou sobre suas costas chamando-o "seu Manoel, responda, o senhor está bem"? Sem obter nenhuma resposta, correu até o telefone e discou para o 190, dizendo que precisava de ajuda para socorrer o seu Manoel, que estava caído em frente à sua porta.
Enquanto a polícia não chegava, ficou ali, ao lado do corpo daquele humilde homem que todas as vezes que vinha entregar água em sua casa lhe pedia um cafezinho.
Como dona Ana imaginou, foi constatado óbito e seu corpo encaminhado ao IML para averiguação da causa da morte. No bairro todos lamentavam e comentavam a morte do entregador de água que naquela manhã fria partiu sem tomar o seu costumeiro cafezinho.

UMA FESTA INESQUECÍVEL    (por: Maria Aparecida)


Dia especial, festa de aniversário de meu querido amigo José em seu apartamento.
Tudo correu perfeitamente bem, mas já era hora de ir para meu apartamento dormir, pois já estava tarde.
Parecia que tinha acabado de deitar quando abri os olhos. Consultei o relógio e percebi que já era hora de levantar. Fui até o banheiro, escovei meus dentes, lavei o rosto e de repente ouvi a campainha tocar. Enxuguei às pressas, saí do banheiro correndo para atender a porta. Ao destrancá-la, que susto! Deparei com um homem caído na soleira. Não consegui conter o espanto. Abaixei para ver quem era e entender o que estava acontecendo.
- “Meu Deus!” – Gritei! Era o senhor Antônio, pai do meu querido amigo José.
Corri o olhar em torno e não havia ninguém por ali no corredor. Abaixei ao lado do homem, afinal, estava no segundo ano de medicina e já conhecia bem os primeiros socorros. Toquei o corpo com os dedos e infelizmente notei que estava frio e rígido, não tinha mais o que fazer, estava morto.
Não contive o choro! Pobre amigo João! Que tristeza! Como dar a ele a terrível notícia! Concluí que seria melhor ligar para a central da polícia primeiro, depois pensaria em uma maneira menos dolorosa para dar a notícia.
Foi então o que fiz, peguei o telefone, liguei para o 190, expliquei o que havia acontecido e chamei a esposa do meu querido amigo. Juntos, chamamos João e enfim contamos o acontecido.
Pobre amigo, um dia após sua linda e perfeita festa de aniversário acontece uma tragédia imensa, perde uma pessoa tão amada, e o que era pior, sua mãe também não estava mais ao seu lado. Porém, infelizmente é a vida e esta é a única certeza que todos nós temos a de que um dia a morte chegará. O que ficará marcado é o grande exemplo que seu pai deixou.



Um caso muito suspeito      (por Márcia Cristina)
 
Era uma pequena cidade do interior de São Paulo onde praticamente todos os habitantes se conheciam ou eram da mesma família. Morava lá uma senhora chamada Clotilde que ficara viúva há poucos meses.
Tentando se acostumar com a vida solitária, seguia sempre o mesmo ritual matinal. Levantava-se bem cedo e já colocava a água para fazer o café, enquanto isso fazia a sua higiêne matinal. Terminava de coar o café, tomava uma xícara , ia para o quintal tratar dos passarinhos que seu falecido marido cuidava com muito carinho e ficava lá por mais de uma hora.
Era sempre a mesma rotina, exceto naquela sexta feira, quando já estava no quintal começando tratar do primeiro pássaro. A campainha tocou, estranhou muito, pois as únicas visitas que recebia era sempre de suas cunhadas e no período da tarde.
Foi até a porta da sala que tinha uma janelinha, olhou na direção do portão e não viu ninguém, ficou curiosa e resolveu dar uma olhada lá no portão.
Ao destrancar a porta quase morreu de susto, pois na soleira de sua porta havia um homem caído. A princípio resolveu voltar para dentro de casa, mas ao mesmo tempo lembrou-se da cena que já havia visto com a morte de seu marido e resolveu tocar naquele corpo caído.  Notou que não tinha mais pulso, o corpo estava frio e rígido. Percebeu que ele estava morto.
Correu para o telefone para informar a polícia sobre o ocorrido. A polícia chegou, encaminhou o corpo para o IML e até hoje continuam as investigações.


O Pesadelo Real
 
( Por Carina Maschio de Oliveira Talon)
 

Ronaldo era um homem solitário que morava em um singelo apartamento na Av. Atlântica, região norte de uma cidade litorânea que recebia muitos turistas no verão. Em uma bela noite de céu estrelado, ele decidiu fazer uma caminhada na praia, tudo ocorreu bem e como não tinha muitos amigos voltou para seu apartamento duas horas depois. Deitou na cama e logo adormeceu.

No dia seguinte, como de costume, acordou com o som do despertador tocando, olhou as horas no relógio que ficava na cabeceira da cama e levantou-se para mais um domingo solitário que passaria junto da televisão. Seguiu até o banheiro e enquanto escova os dentes, recordou-se do sonho que tivera tido a noite " Ronaldo corria por uma rua escura quando de repente avistou perto da praia um homem encapuzado que parecia estar assaltando um outro indivíduo que ali estava, como era desastrado e muito medroso, derrubou, sem querer, seu molho de chaves no chão, o que assustou o homem encapuzado. Apavorado, corria pelas ruas da cidade pedindo por socorro, quando escutou o baruho de um tiro".

Ronaldo é tirado de suas lembranças pelo som da campanhia que tocava. Rapidamente, sai correndo para abrir a porta, lá avista um homem caído na soleira de seu apartamento. Assustado, ele toca o corpo e percebe que ali já não havia mais vida, junto ao homem vê um bilhete que dizia: "Agora só nós dois sabemos o que aconteceu na noite passada". Sem saber o que fazer e nervoso com o sonho que havia tido na noite anterior, ele sente seu coração acelerar, suas mãos suarem e seu apartamento rodar, e então, desmaia.

No dia seguinte, Ronaldo acorda no hospital e desesperado começa a gritar, a enfermeira vem e o acalma, ele pergunta à ela o que aconteceu, a mulher informa a que o mesmo foi encontrado desmaiado em seu apartamento, que seu vizinho havia o trazido até o hospital, mas que era para ele ficar tranquilo, pois havia tido apenas uma queda de pressão.

Ao retornar para seu apartamento, Ronaldo, confuso, acreditava ter tido apenas um sonho. Chegou em casa, abriu a porta e observou o apartamento que estava intacto, ninguém na soleira, nem um corpo, nenhuma vitíma, ao sentar no sofá, percebe que alí havia um bilhete que dizia: " Agora só nós dois sabemos o que aconteceu na noite passada".


 

Um comentário:

  1. Olá Pessoal do Grupo 5
    Boa Noite
    Reli os textos de vocês e achei bastante interessantes e de leitura prazerosa. Os textos estão bem construídos, os elementos constituintes de gênero estão presentes e percebo as características de gênero presentes. Parabéns para todos.
    Abraços

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