A aposentada do interior (por: Margarete)
Dona Valentina era uma senhora que desfrutava seus dias numa singela casinha situada numa cidadezinha do interior.
Todos
os dias ela saía para fazer sua caminhada matinal na pracinha central,
encontrava com as amigas e combinava um joguinho para depois do almoço.
Enfim procurava preencher o dia com alguma atividade porque já gozava da sua aposentadoria.
Naquela
manhã, Dona Valentina despertou de um sono que normalmente não
acontecia. Tivera um sonho horrível. Abriu os olhos e rapidamente
procurou pelo relógio que estava na cabeceira. Percebeu que a hora
avançava e que algo estava para acontecer, pois já dispunha de uma
intuição.
Saiu
da cama apressadamente, abriu a janela que dava para o quintal, foi ao
banheiro para fazer sua higiene pessoal. A campainha da porta soou,
coisa que dificilmente acontecia, então ela teve um disparo cardíaco.
Saiu do banheiro às pressas com os cabelos ainda para pentear. Caminhou
até a porta, destrancou a fechadura, tirou o ferrolho. Era cuidadosa com
a segurança da casa até porque ela morava sozinha. Quando conseguiu
abrir a porta, percebera que não havia nada, muito menos pessoas
circulando por aquela rua. Subitamente ela baixou o olhar e viu ali um
homem deitado no segundo degrau que alcançava a entrada na casa. Pôs as
mãos no pulso daquele homem e percebeu que ali não havia mais vida.
Como
era uma mulher muito religiosa, Dona Valentina traçou o sinal da cruz
em si mesma e, no mesmo instante, despencou batendo com a cabeça no
chão.
Até
hoje, naquela cidadezinha, os moradores não sabem ao certo o que
provocou tamanha tragédia e o inquérito policial ainda não foi dado por
encerrado.
Triste manhã (por: Maria de Lurdes)
Era uma manhã típica de inverno, a neblina tomava conta das
ruas estreitas e movimentadas daquele bairro tranquilo e aconchegante,
onde todos se conheciam.
Dona Ana abriu os olhos, consultou o relógio de cabeceira da
cama e assustou-se ao ver que já havia passado do horário que costumava
acordar todos os dias. Levantou-se, foi ao banheiro, fez a higiene
pessoal e ao sair ouviu o toque da campainha.
Caminhou até a porta, destrancou a fechadura, abriu e viu um
homem caído de bruços na soleira. "Meu Deus" gritou. Olhou e não havia
mais ninguém, somente o corpo daquele homem e um galão de água rachado e
vazando que o molhava todo. Abaixou-se e conseguiu ver seu rosto. Era o
seu Manoel da mercearia, lembrou-se que no dia anterior tinha
solicitado que lhe trouxesse um galão de água porque a sua havia
acabado.
Tocou-o e sentiu que seu corpo estava frio, muito frio. Foi até
o guarda-roupa, pegou um cobertor e colocou sobre suas costas
chamando-o "seu Manoel, responda, o senhor está bem"? Sem obter nenhuma
resposta, correu até o telefone e discou para o 190, dizendo que
precisava de ajuda para socorrer o seu Manoel, que estava caído em
frente à sua porta.
Enquanto a polícia não chegava, ficou ali, ao lado do corpo
daquele humilde homem que todas as vezes que vinha entregar água em sua
casa lhe pedia um cafezinho.
Como dona Ana imaginou, foi constatado óbito e seu corpo
encaminhado ao IML para averiguação da causa da morte. No bairro todos
lamentavam e comentavam a morte do entregador de água que naquela manhã
fria partiu sem tomar o seu costumeiro cafezinho.
UMA FESTA INESQUECÍVEL (por: Maria Aparecida)
Dia especial, festa de aniversário de meu querido amigo José em seu apartamento.
Tudo correu perfeitamente bem, mas já era hora de ir para meu apartamento dormir, pois já estava tarde.
Parecia que tinha acabado de deitar quando abri os olhos. Consultei o relógio e percebi que já era hora de levantar. Fui até o banheiro, escovei meus dentes, lavei o rosto e de repente ouvi a campainha tocar. Enxuguei às pressas, saí do banheiro correndo para atender a porta. Ao destrancá-la, que susto! Deparei com um homem caído na soleira. Não consegui conter o espanto. Abaixei para ver quem era e entender o que estava acontecendo.
- “Meu Deus!” – Gritei! Era o senhor Antônio, pai do meu querido amigo José.
Corri o olhar em torno e não havia ninguém por ali no corredor. Abaixei ao lado do homem, afinal, estava no segundo ano de medicina e já conhecia bem os primeiros socorros. Toquei o corpo com os dedos e infelizmente notei que estava frio e rígido, não tinha mais o que fazer, estava morto.
Não contive o choro! Pobre amigo João! Que tristeza! Como dar a ele a terrível notícia! Concluí que seria melhor ligar para a central da polícia primeiro, depois pensaria em uma maneira menos dolorosa para dar a notícia.
Foi então o que fiz, peguei o telefone, liguei para o 190, expliquei o que havia acontecido e chamei a esposa do meu querido amigo. Juntos, chamamos João e enfim contamos o acontecido.
Pobre amigo, um dia após sua linda e perfeita festa de aniversário acontece uma tragédia imensa, perde uma pessoa tão amada, e o que era pior, sua mãe também não estava mais ao seu lado. Porém, infelizmente é a vida e esta é a única certeza que todos nós temos a de que um dia a morte chegará. O que ficará marcado é o grande exemplo que seu pai deixou.
Um caso muito suspeito (por Márcia Cristina)
Era uma pequena cidade do interior de São Paulo onde praticamente
todos os habitantes se conheciam ou eram da mesma família. Morava lá uma
senhora chamada Clotilde que ficara viúva há poucos meses.
Tentando se acostumar com a vida solitária, seguia sempre o mesmo
ritual matinal. Levantava-se bem cedo e já colocava a água para fazer o
café, enquanto isso fazia a sua higiêne matinal. Terminava de coar o
café, tomava uma xícara , ia para o quintal tratar dos passarinhos que
seu falecido marido cuidava com muito carinho e ficava lá por mais de
uma hora.
Era sempre a
mesma rotina, exceto naquela sexta feira, quando já estava no quintal
começando tratar do primeiro pássaro. A campainha tocou, estranhou
muito, pois as únicas visitas que recebia era sempre de suas cunhadas e
no período da tarde.
Foi até a porta da sala que tinha uma janelinha, olhou na direção do
portão e não viu ninguém, ficou curiosa e resolveu dar uma olhada lá no
portão.
Ao destrancar
a porta quase morreu de susto, pois na soleira de sua porta havia um
homem caído. A princípio resolveu voltar para dentro de casa, mas ao
mesmo tempo lembrou-se da cena que já havia visto com a morte de seu
marido e resolveu tocar naquele corpo caído. Notou que não tinha mais
pulso, o corpo estava frio e rígido. Percebeu que ele estava morto.
Correu para o telefone para informar a polícia sobre o ocorrido. A
polícia chegou, encaminhou o corpo para o IML e até hoje continuam as
investigações.
O Pesadelo Real
( Por Carina Maschio de Oliveira Talon)
Ronaldo era um homem solitário que
morava em um singelo apartamento na Av. Atlântica, região norte de uma cidade
litorânea que recebia muitos turistas no verão. Em uma bela noite de céu
estrelado, ele decidiu fazer uma caminhada na praia, tudo ocorreu bem e como
não tinha muitos amigos voltou para seu apartamento duas horas depois. Deitou
na cama e logo adormeceu.
No dia seguinte, como de costume,
acordou com o som do despertador tocando, olhou as horas no relógio que ficava
na cabeceira da cama e levantou-se para mais um domingo solitário que passaria
junto da televisão. Seguiu até o banheiro e enquanto escova os dentes,
recordou-se do sonho que tivera tido a noite " Ronaldo corria por uma rua
escura quando de repente avistou perto da praia um homem encapuzado que parecia
estar assaltando um outro indivíduo que ali estava, como era desastrado e muito
medroso, derrubou, sem querer, seu molho de chaves no chão, o que assustou o
homem encapuzado. Apavorado, corria pelas ruas da cidade pedindo por socorro,
quando escutou o baruho de um tiro".
Ronaldo é tirado de suas lembranças
pelo som da campanhia que tocava. Rapidamente, sai correndo para abrir a porta,
lá avista um homem caído na soleira de seu apartamento. Assustado, ele toca o
corpo e percebe que ali já não havia mais vida, junto ao homem vê um bilhete
que dizia: "Agora só nós dois sabemos o que aconteceu na noite
passada". Sem saber o que fazer e nervoso com o sonho que havia tido na
noite anterior, ele sente seu coração acelerar, suas mãos suarem e seu
apartamento rodar, e então, desmaia.
No dia seguinte, Ronaldo acorda no
hospital e desesperado começa a gritar, a enfermeira vem e o acalma, ele
pergunta à ela o que aconteceu, a mulher informa a que o mesmo foi encontrado
desmaiado em seu apartamento, que seu vizinho havia o trazido até o hospital,
mas que era para ele ficar tranquilo, pois havia tido apenas uma queda de
pressão.
Ao retornar para seu apartamento,
Ronaldo, confuso, acreditava ter tido apenas um sonho. Chegou em casa, abriu a
porta e observou o apartamento que estava intacto, ninguém na soleira, nem um
corpo, nenhuma vitíma, ao sentar no sofá, percebe que alí havia um bilhete que
dizia: " Agora só nós dois sabemos o que aconteceu na noite passada".
Olá Pessoal do Grupo 5
ResponderExcluirBoa Noite
Reli os textos de vocês e achei bastante interessantes e de leitura prazerosa. Os textos estão bem construídos, os elementos constituintes de gênero estão presentes e percebo as características de gênero presentes. Parabéns para todos.
Abraços